Nos dias
atuais, o bombardeio de informações é tão maciço, que quase
ninguém consegue mais separar o joio do trigo. De todas as direções,
recebemos uma quantidade enorme de informações. Na verdade, tudo
isso não passa apenas de problemas superficiais, que gasta o tempo e
a atenção das pessoas para não se falar de problemas fundamentais.
Mais ou menos como um sujeito que tem um câncer e em vez de fazer o
tratamento adequado, com quimioterapia ou radioterapia, aplica-se uma
pomada no pequeno corte que ele obteve ao tentar abrir uma lata,
ignorando o que está matando-o.
Os Estados
Unidos não seriam o país que são se não olhassem essa questão de
maneira correta. O que moveu e move aquele país é a capacidade de
oferecer trabalho aos que lá nasceram e mais a uma horda de
trabalhadores vindos de outros lugares, de maneira legal ou não. Mas
seria um milagre, essa oferta de empregos? Não, ela se deve
simplesmente a uma flexibilidade nas relações trabalhistas. No
Brasil, não há um setor sequer que procure abordar o tema, nem
direita, nem esquerda, nem a Santa Igreja Católica, ninguém, uma
vez que vigora em uma aberração chamada “Direito adquirido”, e
quem se atrever a abordar o tema, não se elege nem a líder
comunitário.
Esse
“Direito adquirido”, se não interpelado de maneira firme, vai
nos deixar Ad Eternum na mais completa vida terceiro mundana.
Os milhares
de direitos dos trabalhadores são na verdade uma maravilha pra quem
está empregado mas são os piores inimigos daqueles que precisam
mais, ou seja, os que estão desempregados. Prestem atenção em um
pensamento: todos os programas que existem supostamente pra ajudar e
proteger os pobres, geram um efeito contrário!
E isso
independe se quem os criou tinha ou não uma boa intenção. Porque
nesses casos, temos sim os genuinamente bem intencionados, mas temos
também os grupos de interesse por trás disso.
Dentre as
enormes proteções pra quem está empregado, tome apenas uma como
exemplo: o salário mínimo. Nesse caso, os grupos de interesses
evidentemente são os sindicatos!! O bem intencionado inocente
acredita que se tivermos uma lei que diz que um pobre coitado não
pode ganhar menos do que 880 reais por mês, ele, como um ser bondoso
e supremo, está protegendo o pobre trabalhador e este terá o mínimo
assegurado.
Na verdade,
com isso, ele está impedindo que quem não possua habilidade pra
ganhar esse salário mínimo, não consiga ganhar nada. Isso é
ajudar o pobre? Isso só diz ao empregador que ele não pode empregar
uma pessoa que não tenha habilidade pra ganhar 880 reais, por
exemplo, pois é contra a lei. O conceito do salário mínimo é
altamente preconceituoso e excludente.
Uma
secretária, que estudou o segundo grau, ganha 880 reais por mês. O
cara que vai ser o jardineiro da sua casa não pode, por lei, ganhar
500 reais por mês. Ele nunca gastou um dia sequer na escola e está
disposto, por vontade própria, a ganhar 500 reais por mês
trabalhando de jardineiro.
Então esse
cara vai ficar desempregado, sendo um ônus pro estado e pra
sociedade em geral. Em outras palavras, esses 330 reais a mais que
alguém pagaria ao jardineiro seria uma caridade, somente porque
alguém decidiu que deveríamos pagar 880 reais a todos.
Mas caridade
não pode ser imposta e o salário mínimo só gera mais pobreza e
desemprego.
Tomemos como
exemplo o caso das empregadas domésticas. Com o enrijecimento das
leis que regem essa categoria, milhares de postos de trabalho foram
extintos, pra nunca mais voltar. Ah, mas nos países de primeiro
mundo também é caro ter uma empregada doméstica. É sim, verdade.
A única
diferença é que, em países sérios, onde não há controle na
negociação salarial, quase não existem empregadas domésticas
fixas, mas aí é porque elas ganham quase o mesmo que o suposto
patrão. Diarista é a forma mais comum por lá. Mas isso aconteceu
não porque o governo estabeleceu um sistema protecionista dela e sim
porque deixou a livre negociação entre dois adultos ocorrer.
O mercado e
não o burocrata, decidiu que seria justo pagar 100 dólares por uma
diária pra uma pessoa limpar a sua casa enquanto você está no seu
trabalho. E se essa pessoa pedir 120 dólares, pois acha que merece,
que se esforça muito, cabe a você pensar se quer continuar o
serviço com ela ou não. Mas se o vizinho aceitar pagar 120 dólares
e ela tiver mais 20 clientes pagando 120 dólares, ela quem não
precisará mais de você. Engraçado não é, o que permite a livre
negociação?
Assim como o
sexo, onde dois adultos consentem em ter uma relação, o trabalho
também deveria ser assim. Seria o mesmo que o governo interferir,
por lei, como seria as relações sexuais entre os adultos que
concordaram em ter aquela relação. Um juiz dizendo, mesmo que vocês
dois queiram, minha filha, nós não deixamos, porque você é uma
coitada e não sabe o que está fazendo. Mas ela quer, o sujeito
quer, o problema é que o governo santo caridoso não permite.
O governo
tem que existir pra corrigir as aberrações e não para se
intrometer o que funciona pela ordem natural das coisas, como as
relações sexuais saudáveis e as relações de trabalho entre uma
empresa ou um patrão e seus funcionários.
Se eu
ofereço por um serviço 100 reais e o sujeito aceita, o trabalho
será feito e nós dois iremos ganhar. Se eu ofereço 100 reais por
um serviço e o sujeito aceita mas o governo, mesmo não estando
metido na negociação, diz que não, não ganhamos nem eu, nem o
sujeito e nem o governo.
É difícil
entender isso? Somente a flexibilização das leis trabalhistas será
capaz de um dia alçar o Brasil ao posto de um país de primeiro
mundo. De resto, é somente discutir a cor, a textura, o tamanho e a
velocidade do raio da cilibrina.
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